sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O final desta história, você escreve!

Mobilização. Arregimentação para uma ação política ou reivindicatória, um verbete pronto. Uma mobilização militar é agil pela natureza disciplinar e de organização da instituição. Já a mobilização de Massa, mobilização de paisanos (civis) sempre é dirigida por especialistas da matéria. Dentre estes especialistas estão os agitadores de Esquerda, devidamente respaldados em Partidos Políticos ou organizações dependentes dos mesmos.

Todos nós sabemos o poder de mobilização que têm os sindicatos e movimentos duvidosos e mais as ONGs que por sua vez são ligados ao Partido dos Trabalhadores e, consequentemente ao Poder Executivo, diretamente nos referimos ao Presidente da República com seus poderes de verdadeiro Monarca.

Nós brasileiros não temos tradição histórica de organização espontânea e quem pensar que alguma vez isto aconteceu comete um grave engano. Desta forma, nós o povo, não sabemos como nos unir nos momentos em que somos tomados de indinação e raiva. Nos basta reclamar e clamar que algum partido político ou um determinado político de sua simpatia pessoal venha socorrer.

Muitos são os fatores que nos levam a permanecer como ovelhas balindo no pasto diante do predador e pedindo socorro ao pastor para guiá-las com segurança, para protegê-las. Um desses fatores é a desconfiança, outro é a crença da necessidade de um só e único Salvador Guia. Todavia, o mais grave é a inveja e ciúmes infantis, tão próprios da nossa índole de fome por cacifes políticos que angariam prestígio político, o que para muitos é doce e finda por ser o único objetivo.

Por conta desta ambição desmedida atropela-se pessoas de intenções superiores, pessoas que nada mais querem do que incentivar que cada indivíduo tome posse de sua responsabilidade que isto é Liberdade.

Com o recente movimento do Tea Party, movimento ocorrido nos Estados Unidos, poucas pessoas no Brasil acompanharam desde o início, desde a primeira semente, a primeira ação que desencadeou o grassroot. Somente após a imprensa brasileira resolver dar o braço a torcer e divulgar o Tea Party foi que os brasileiros, grosso modo,  começaram a se interessar.

O movimento do Tea Party alastrou-se para a Austrália e em seguida, foi sugerido à alguém no Brasil, que, dada as nossas turbulências, um movimento similar poderia ser interessante; surgiu alguém que teve a ideia e juntou umas poucas pessoas para discutir um movimento no Brasil, tudo via e-mail e Twitter. Não resta dúvida que que o vazamento logo levou outras pessoas a terem a mesma ideia, no rastro de outra já existente. É sempre bom que boas ideias se espalhem, mas, nosso atavismo divisionista impede que se unam os indivíduos para construirem algo único e uno.

Os americanos, um povo historicamente com cultura de associação e fundamentado por Constituição com mais de dois séculos, levou dois anos para se organizar para reviver a Revolta do Tea Party, porém, sem nenhuma necessidade de lideranças políticas, especialistas em mobilização ou celebridades. Pelo contrário, foi vedado aos políticos e celebridades quaisquer iniciativas. Logo, duas grandes dificuldades para um movimento de mobilização igual no Brasil, porque nos faltam os dois fatores, embora tenhamos muitos e maiores motivos para uma Revolta.

A mobilização para que o Tea Party acontecesse foi dolorosa para os conservadores americanos, porque também lá, inicialmente, o povo não acreditava mais em seu poder individual devido a crescente dominação ideológica da Esquerda, a mesma que originou o movimento. Mas, partindo da iniciativa de cada indivíduo, aos poucos, foram se agrupando com autonomia individual, coisa que eles conhecem e vivem há séculos.

E é exatamente isto que propomos aos brasileiros: que trabalhem com autonomia, apenas seguindo as linhas gerais sobre as quais se desenvolverão as ações.

Bom ressaltar que a Mobilização Tiradentes Vive não é para ser um "movimento social". Pretende-se que seja um grupo permanentemente atento ao chamado de tudo que não devemos mais aceitar que se produza no Brasil em termo de desmandos e desrespeito. Pessoas com capacidade crítica para ajudar a formar uma massa crítica, coisa que não temos e o melhor exemplo foi exarado pelo ex-presidente Lula: "a opinião pública somos nós" ( ele, o PT, seus sindicatos e movimentos políticos oportunistas).

Este Blog está inaugurado hoje, o último dia do ano de 2010, e, se dependesse apenas de mim os próximos anos não serão iguais aos tantos que se foram. Não quero um Brasil melhor, porque bom, nosso Brasil jamais foi. Penso em um Brasil com o qual nunca nos atrevemos sonhar verdadeiramente.

Feliz Ano Novo de 2011 aos que sonham, lembrando que sonho não é delírio. Prova é o resultado de um sonho irresponsável que amanha, às 14:30hr - se realizará para nossa vergonha e continuidade do pesadelo que temos vivido por oito anos -, quando uma guerrilheira chega à Presidência da República. Se o sonho do mal foi profícuo, por que o mesmo destino não teve o sonho de Tiradentes ? Por que não retomamos os sonhos de Tiradentes para a conquista de verdadeira Liberdade como fizeram os americanos retomando a Revolta do Tea Party ?

O final desta história, você escreve!

Maria da Penha Vieira