quarta-feira, 20 de abril de 2011

Assim vivermos para todo o sempre. Amém ?

Por @Decicote



Os homens normais não sabem que tudo é possível

 David Rousset

A utopia socialista tem em sua raiz uma matriz religiosa, principalmente o judaísmo. Assim como o judaísmo e quase todas as religiões apocalípticas o socialismo vem da utopia de que a história da humanidade caminha para um desfecho, para um fim.
Mas o que para a religião é o paraíso, o céu, o nirvana, para o socialismo o é a ditadura do proletariado, um tempo projetado em um futuro sempre próximo, o “destino da humanidade”, portanto existe desde sempre, e é tarefa do “revolucionário” apressar esse futuro. Como é inevitável e até extremamente desejável que as profecias do homem de Trier (Marx) se realizem, todos os meio são válidos.  Moral, ética, humanismo são ideias e ideais da burguesia, do inimigo da igualdade, do mal, porém é tarefa do revolucionário usá-los, se os fins forem válidos para que brote do seio da humanidade o novo homem, em uma nova sociedade. Desestabilizar a suja e maléfica sociedade capitalista corrompendo sua juventude, fazendo de todos os seres tutelados pelo estado, destruir os vínculos familiares mesmo à custa de dor e morte, não importando com quem se unir. Mesmos os velhos inimigos são potenciais aliados estratégicos. Nunca é descartada e eliminação física dos oponentes. Os fins justificam os meios.  O admirável mundo novo tem pressa e será um tempo onde reinará a paz, haverá fartura e todos serão iguais. Não será necessário formular questões novas, pois o livro sagrado já deu todas as respostas. Tudo terá virado síntese. Todos viverão em paz e não haverá desejos, não haverá dor nem tristeza.

Todos os problemas estarão resolvidos e assim vivermos para todo o sempre amém.

Este é basicamente o credo do revolucionário, o estado totalitário por excelência. Muitos ficam espantados e intrigados quando veem que não foi pela via da violência revolucionária que muitos estados totalitários foram implantados, e a Alemanha nazista é um exemplo sempre presente e educativo. Hitler e seus asseclas chegaram ao poder dentro das regras do sistema democrático. Hanna Arendt, em origens do totalitarismo afirma que o acontecido destruiu duas ilusões dos países democráticos em geral; a de que o povo participava ativamente do governo e que todo individuo simpatizava com um partido ou outro. Na verdade as massas politicamente neutras e indiferentes e que compunham a grande massa podiam facilmente constituir a maioria nestes países, e ao serem conquistadas por este ou aquele, fazer com que a democracia funcionasse com regras de uma minoria. A segunda ilusão destruída era que essa massa neutra não influía nos processos democráticos, servindo apenas como pano de fundo da nação. Citando textualmente;
“Assim, quando os movimentos totalitários invadiram o parlamento com seu desprezo pelo governo parlamentar pareciam apenas contraditórios; mas na verdade conseguiram convencer o povo em geral de que as maiorias parlamentares eram espúrias e não correspondiam necessariamente à realidade do país, solapando com isso a dignidade e confiança dos governos na soberania da maioria.” (Arendt, Hanna – Origens do totalitarismo).
Ao desmoralizar as instituições usando o sistema contra o sistema, os nazistas criaram a escola que seria seguida muito tempo depois pelo pt. Hoje movimento parecido parece cada vez mais solapar a democracia e as instituições brasileiras. Desde o governo passado está em marcha, com o patrocínio dos próprios parlamentares do congresso, com membros do judiciário e muitos membros da oposição propositiva um continuo ataque às instituições e leis do país. Querem acabar com o TCU, responsável pela fiscalização das contas públicas. O governo dilma, com sua maioria esmagadora e seus mais de 300 picaretas não legislam nem fiscalizam o governo e propõem projetos que apenas fracionam cada vez mais a sociedade. Pede liberação de jogos e drogas, o que acuaria cada vez mais o cidadão comum em seu medo de ir e vir com segurança. Não se abre mais nenhuma CPI para averiguar os seguidos escândalos que ganham as manchetes de uns poucos jornais e revistas.  Mesmo ministros do supremo, teoricamente os guardiões da constituição, admitem em entrevista que direitos individuais podem ser violados em nome do “bem comum”.  A inflação caminha a passos largos, os impostos nunca foram tão altos e a autossuficiência no petróleo, o passaporte para o futuro que era o pre-sal parece ser uma viagem do nada a lugar nenhum. Fernando Collor, Sarney e Renam Calheiros comandam o senado, onde nada mais há para se discutir. O parlamento, o lugar onde se parla perdeu o sentido de ser quando as poucas vozes contrárias são caladas ou impedidas de falar, enquanto os apaniguados falam por horas.
Os que tentam argumentar com os petistas não conseguem ultrapassar a barreira que há entre o pt e a realidade, pois só há dialogo quando aceitamos a validade do interlocutor, o que não é o caso do pt. O axioma básico da ideologia petista é exatamente o mesmo de outros partidos e regimes totalitários. A mentira é o lugar comum. E apesar de tudo, não há oposição, ou a pouca oposição que há procura se destruir, atrás de seus próprios interesses e esquecendo que representa o povo, não a si mesmo e a seus cargos.
O governo patrocina de forma desavergonhada empresas de comunicação que não funcionam como propagadoras de noticias simplesmente, mas como propagadoras de ideias e da ideologia. Esconde o crime, enquanto continuam a investir na imagem que foi deixada por lula, mesmo que nada do que digam tenha a ver com a realidade, e aqui cabe citar outro paralelo de lula, Hitler, Stalin, Fidel,....;

O fascínio é um fenômeno social, e o fascínio que Hitler exercia sobre seu ambiente deve ser definido em termos daqueles que o rodeavam. A sociedade tende a aceitar uma pessoa pelo que ela pretende ser, de sorte que um louco que finja ser um gênio sempre tem certa possibilidade de merecer crédito, pelo menos no inicio. Na sociedade moderna, com sua falta de discernimento, essa tendência é ainda maior, de modo que uma pessoa que não apenas tem certas opiniões, mas as apresenta num tom inabalável de convicção, não perde facilmente o prestigio, não importa quantas vezes tenha sido demostrados seu erro. ( Arendt, Hanna – Origens do totalitarismo)

Assim, os petralhas sabem que a convicção formada entre o povo de que tudo o que politicos fazem e falam é “conversa fiada” pode ser evitado aderindo a opiniões de forma inflexivel. O fechamento da ideologia sobre si mesma estrutura-se no fato de suas respostas básicas serem sempre as mesmas, aconteca o que acontecer e não podendo responder aos problemas colocados, desloca a questão.  Assim, para responder as denuncias de corrupção desenfreada de seus membros, presente toda hora nos meios de comunicação, criou-se o PIG, partido da imprensa golpista. Por ter o nome de partido, já esclarece o “crente petista” que o PIG tomou parte de um lado, logicamente contrário. Por ser da imprensa mostra o destaque que é dado e a ação da burguesia opressora  que detém os meio de comunicação e golpista porque quer apear por golpe os verdadeiros e legítimos representantes do povo. Não importa que nada disso não seja verdade e que o proprio governo, via conceção e verba publicitária controle boa parte dos meios de comunicação. O fechamento ideológico revela de modo claro os mecanismos clássicos de cegueira psicológica, pela qual os indivíduos se confortam com suas crenças e preconceitos. Neste ponto, chegamos a uma ideologia que pode afirmar tudo, até o seu contrário, e até tenha aparentemente seja fundamentada na razão, não passando porém de um truque barato de ilusionismo. Os judeus ontem, o PIG hoje. Só não mudam os mecanismo ideológicos.
Outro dos sintomas que vemos claramente e com muita preocupação é também o que ocorreu na alemanha pré-nazista; a cooptação dos extremos da sociedade, de um lado os mais necessitados e de outros os grande banqueiros e grandes industriais. Já as massas, tem de ser conquistadas ou intimidadas pela propaganda, pelo continuo martelar ideológico. Nisso se concentra hoje grande parte do direcionamento publicitário do governo. 


sexta-feira, 15 de abril de 2011

Mãos ao alto, isto é um referendo

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Mesmo para aqueles que detestam o gênero  e nunca tiveram  a mínima vontade ou curiosidade de ver conhecem a o enredo invariável; Jason, ou Fred Kruguer, ou qualquer outro dos monstros de Hollyhood é morto pelo menos provável dos heróis no último filme. Parece que tudo está em paz e jovens de pouca cabeça, muito silicone e muitos hormônios resolvem se divertir em um lago, uma casa abandonada ou coisa que o valha. Eis que de repente, por um descuido ou por invocação demoníaca ressurge mais uma vez a criatura  trazendo um caudaloso rio de sangue e terror.

Esse enredo é velho conhecido dos brasileiros. Políticos sem imaginação e com muita cara de pau revivem “personagens” muitas vezes mortos. Querem que sua criatura, por invocação demoníaca,  reviva e lhes dê o poder de reinar por mil anos sobre a terra. Ou pelo menos a chance de manipular e desviar um pouco mais de verba, o que acham bem melhor, pois não irão viver os mil anos pra gastar.

O Jason da vez é o referendo propondo o desarmamento da população como forma de acabar com a violência. O principal argumento é o caso de realengo, do tal Wellinton13, alias um número bem sugestivo e até por que não dizer, para ficarmos no assunto de mistério, cabalístico. Não, não faço nenhuma inferência maliciosa ao fato do número ser o mesmo de um certo partido, cujas centenas de militantes usam o número ao final do “nome de guerra” no Twitter. È apenas uma infeliz coincidência. E que realmente 13 é um número com uma certa aura maligna, herança de nossa cultura europeia. Divago demais. Vamos repor  o assunto nos trilhos e seguir pela trilha.

Como ia dizendo, agora tentam usar o ocorrido para reviver uma  velha fixação; desarmar completamente a população. Os arautos do governo afirmam; quando todo o cidadão respeitador da lei e pagador de impostos entregar as armas que legalmente possuem, a bem aventurança descerá magicamente sobre a terra. Por inferência então aprendemos que só ocorrem mortes por arma de fogo por culpa do cidadão comum, esse ser tão desprezível para a esquerda. Também podemos entender que o pobre criminoso, ou o traficante, ou o estuprador, os sequestradores, estas reais  vítimas do modelo de  sociedade capitalista excludente, só querem se defender. Eles olham apavorados de suas bocas de fumo o terrível homem comum, andando com sua perigosa família, espreitando, analisando. Se não tivessem as leis e os progressistas para os defender o que seria destes pobres seres humanos?

Mas sempre há esperança; o finado referendo, derrotado por mais de 60% d população volta de novo a vida. É a nova velha panaceia, a mostra de  que o governo está sim fazendo algo para acabar com a violência e o crime. Quanto a desarmar os bandidos? Nem pensar! Como eles irão se proteger de nós, terríveis e tenebrosos cidadãos?

O governo volta a dizer; mão ao alto, isto é um referendo!




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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Tome uma posição e seja ouvido



"Sabem o que mais chama a atenção nisso tudo? No Brasil, até a oposição reagir a uma campanha governista, daria tempo de ler e reler Guerra e Paz. Nos EUA, Obama mal teve tempo de agir, e a reação foi imediata. O vídeo dos republicanos já foi acessado 612.145 vezes". Reinaldo Azevedo  Corra para ler o resto.
Se corresse por nossas veias um mínimo de gotas do mesmo sangue que empurrou Tiradentes para a forca, Reinaldo Azevedo não teria necessitado de, infinitas vezes, tentar empurrar os leitores à alguma reação. Não se pode afirmar que ele, realmente, sempre que escreve está dizendo o que os leitores devem ou não fazer. Mas observa-se que todos os leitores querem ouvir, contudo lhes falta a coragem para querer entender. Muito menos reagir.

Reinaldo cumpre o papel que cabe a todo bom jornalista, independentemente, de bons leitores, de leitores pedindo a liderança. Não se pode desejar que ele assuma o comando da pouca vontade que existe no povo brasileiro. O tão propalado 44 milhões de eleitores que ficaram fora do PT não estão se levantando.

Quem já correu lá e leu o artigo linkado acima, deve parar para pensar e muito. O que está ali escrito como de tantas outraas vezes ? A mesma coisa que até agora não foi percebida.

Quando Reinaldo Azevedo refere-se à capacidade de reação do povo americano, nós poderíamos nos perguntar, ao menos isto, se nós também não podemos reagir. Reagir sem partidos políticos sem conchavos com grupos sobrecarregados de interesses partidários, sem celebridades, sem estrelas de nenhuma grandeza,  mesmo à despeito de não termos uma Constituição Plena, uma Senhora de 222 anos de idade que impulsionou  o despertar do povo americano para os primeiros passos do grassroot.
"Saí de casa no Texas em 04 de fevereiro de 2009 e dirigi toda a noite em direção a Washington DC, sem parar, fui contra a vontade de minha família, amigos e desejos da mulher. 
Eu dormi apenas uma hora naquela noite e telefonava para minha esposa enquanto eu atravessava cada Estado. Na noite seguinte, em 5 de fevereiro de 2009, eu já havia chegado a Washington, e fique na Pennsylvania Avenue protestando, sozinho e com frio."  Dale Robertson ( Prosseguir leitura
Desde o início, para quem acompanhou passo a passo, tudo era movido à profunda raiva pelos desrespeitos à Constituição americana, medo, frustração com a eleição de Obama e suas promessas não cumpridas e grande ameaça comunista da administração Obama à Liberdade  individual. O povo pelejou para acordar seus compatriotas por dois anos de muito trabalho de convencimento.

Um dos vídeos mais emocionantes do grassroot foi quando uma pequena empresária, acanhadamente, subiu no palanque improvisado e começou a falar sobre a situação dos pequenos empresários. À medida em que ela ia falando crescia a força revolta e os poucos presentes se emocionavam e se acaloravam. Ao final, ela dizia-se muito surpresa com tudo o que ele foi capaz de dizer e sentir.

Nada do movimento do Tea  Party foi grandioso. Faltava dinheiro para todos e dívidas para a maioria, em meio a uma grande crise econômica. Logo estavam todos se organizando em garage sales ( os nossos bazares)  e em praças públicas para vender tudo aquilo que para muitos de nós encontraria parada certa no lixo. Com o dinheiro arrecadado iniciou-se nova etapa de captação para a formação de fundos.

Não será esta a primeira vez que o visitante lerá sobre a objetividade da Mobilização TiradentesVive, no modelo de organização do Tea Party americano. Sem lideranças. Cada um é um líder que não fica esperando que o outro dê a partida. Ninguém peso morto nas costas do outro. Não havia nem há imposição de liderança, mas tudo só foi possível porque cada membro tomou posse da responsabilidade que cabia. Todos trocando e dividindo ideias e experiências.


Simples assim:

Quantos manifestantes você vê nesta foto ? Apenas um casal. Foi assim o início da reação americana.