└═─Rebelados da #Trilha de @TiradentesVive─═┘#SetedeSetembroNegro
A idéia surgiu de uma informação divulgada pelo Cacique mais antenado da internet. O Chefe, o BOSS (como eu carinhosamente o chamo) @ajuricabat. O guerreiro da Tribo dos Manaós divulgou essa informação na quarta-feira aqui. Imediatamente achei interessante e repliquei o coice para os meus incautos — jamais incultos — seguidores e, até o momento, já contamos com a adesão de @ngfaleiros @AparecidoSilva @SaoBlack @LuizLeone, @emeoliv @DriFalavigna. A idéia, além do que está no texto original, é levar esse sentimento de luto para o Desfile Militar de 7 de setembro no Sambodromo do Anhembi na capital de São Paulo. Não me recordo se o desfile ainda é televisionado (sei que o do DF é), mas ainda assim seria uma ótima oportunidade para reafirmar que alguns brasileiros — muitos — estão de luto pela morte de uma grande nação. Os que reconhecem essa passagem para o além prematura sabem que um país não pode ser medido somente por a quantas andam as questões de ordem econômica e social. Há dezenas de outras questões que devem ser observadas e que no caso do nosso país têm desempenho sofrível. E há uma, em especial, que é fundamental para compreender porque tudo parece nos tragar para um buraco negro onde a regra é a bandidagem independente do estrato social, a corrupção sem freios em todas as relações humanas e a certeza da impunidade por centenas de crimes praticados a todo momento: A MORAL. Nosso país vive uma crise moral sem precedentes já há alguns anos.
Os pais de família, tragados pelo politicamente correto e pela tortura de viverem se informando com desinformação por tudo que é lado, já não conseguem transmitir valores maiores para seus filhos. Gerações inteiras são educadas na frente da TV e do computador. Vivem por viver, alimentam-se e respiram por serem necessidades das quais não é preciso muita reflexão para se reconhecer como extremamente necessárias.
A escola agora não consegue cumprir a sua função mínima de ensinar as 4 operações matemáticas e garantir que seus alunos consigam interpretar um texto de 20 linhas. Os jovens saem do ensino médio semi-alfabetizados e não raro fazem graduação e pós-graduação levando adiante uma cultura de total despreparo e desprezo intelectual e moral. Isso se a escola já não tiver se transformando num pré-vestibular para o presídio, pois é cada vez mais comum vermos casos absurdos de violência também do lado de dentro dos portões. Tendo muita sorte — a sociedade — esses jovens serão apenas engenheiros, médicos e advogados que, desde que não cometam falhas criminosas em suas profissões — algo cada vez mais freqüente também —, não propagarão a falha de sua formação para outros jovens. Mas e quando esses infelizes se acham talhados para serem professores, jornalistas e formadores de opinião? Aí a desgraça ecoa e atinge as novas gerações como uma pá de esterco que ao invés de adubar, soterra por completo as jovens mudas.
Não é possível viver em um país onde os escândalos políticos, os desmandos, o despreparo de governantes, o cassino montado em todos os escalões dos governos, a total falta de vergonha na cara dos homens públicos, ímprobos, cafetões da própria mãe — a Pátria — e a falta de punição para o erro, sejam cuspidos em nossa cara desde o café da manhã até a hora da ceia.
Não é possível viver num país que possui uma das maiores cargas tributárias do mundo e em troca não nos oferece segurança, saúde, transporte, saneamento básico etc. Como é possível acreditar que vivemos em uma democracia se o que existe é uma demoapatia generalizada de um povo que foi levado a acreditar que democracia se resume a, de tempos em tempos, votar em algum candidato alegórico que irá fazer alguma coisa que nem ele mesmo sabe em algum lugar que simplesmente desconhece para quê existe? Acreditar que o povo compreenderá o verdadeiro sentido da democracia obrigando-o a votar? Voto obrigatório não é democrático; é uma espécie de coerção praticada pelo Estado para garantir legitimidade a um processo. Mas isso apenas contribui para que a vitória seja sempre de quem tiver o melhor marqueteiro e a melhor máquina de propaganda: o Poder do Estado. E quando já estivermos cansados dessa camarilha, desses ratos traiçoeiros, calma!, logo já será fevereiro, ainda que o Brasil seja Carnaval o ano inteiro, e poderemos, enfim, ser felizes sob o sorriso analgésico de um Momo cada vez mais magro e sem graça.
Sim, mas isso pode mudar um pouco hoje e um pouco mais amanhã. Com poucos hoje e com muitos mais amanhã. Basta sairmos dessa apatia mórbida que tomou conta dos indivíduos de respeitabilidade, dos homens de boa vontade. Basta que demonstremos, com ações simples, que parcela de nossa sociedade não sucumbiu a essa nova era sem valores, sem moral, sem ética e com um senso de justiça totalmente invertido para se adaptar ao caos do mundo.
Não basta demonstrar insatisfação e indignação no mundo virtual. As redes sociais representam uma parcela ainda insignificante das pessoas reais e dentro delas o percentual das que realmente falam alguma coisa de valor, e não um amontoado de palavras fúteis para serem repetidas por uma legião de ovelhas desinteressadas, é ainda menor. Ou seja: seu avatar não poderá fazer muita coisa, mas você pode. O mundo virtual ainda serve, principalmente, para conhecer pessoas de carne e osso desse lugar que ficou meio fora de moda, mas que ainda é bem interessante: o mundo real. Pessoas que se identifiquem com valores semelhantes aos seus. Pessoas que se reconheçam unidas pelo sentimento de justa ira em ver o país sendo governado, dirigido e aconselhado por turbas de incompetentes e ladrões de todas as graduações que não têm nem mais vergonha de mostrar a cara.
Faça como eu: saia da tela do computador e ganhe as ruas de forma ordeira, mas determinada. Dia 7 de setembro eu pretendo demonstrar meu luto por esse Brasil nada independente. Deixar registrado, de forma evidente, como é lancinante a minha dor por um país que parece cada vez mais dependente dos interesses de todos os canalhas que se sentem confortáveis por jamais serem confrontados por conta de seus atos.
Quem for comigo verá que realmente tenho cascos grossos e ferraduras de metal nobre ideais para #trilhas estreitas. Verá também que tenho um pêlo macio sobre uma carcaça magra e repleta de marcas do chicote e das farpas de uma carroça pesada, mas da qual eu não reclamo porque é o meu sustento. Ainda assim, eu estarei lá, pois acredito que o Brasil pode nos dar muito mais do que esse pão bolorento que somos forçados a engolir com um café gelado todas as manhãs, enquanto gargalhamos de alguma piada sem graça cuspindo as migalhas de nossa indiferença para todos os lados.
Alexandre Core
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